Num estádio Casa Blanca lotado, em Quito, bastou um empate de 0 a 0 com o América do México, nesta terça-feira, para a LDU obter a classificação para a final da Taça Libertadores numa das semifinais da competição - a primeira partida, na Cidade do México, terminou 1 a 1, e por ter marcado fora de casa o time equatoriano levou vantagem. Agora, o clube equatoriano, que pela primeira vez participa da decisão, espera o vencedor de Fluminense x Boca Juniors, nesta quarta-feira, no Maracanã.
Com o resultado desta terça-feira, sai de cena o América de Cabañas, carrasco responsável pela eliminação de Flamengo e Santos da competição. Fica a LDU, que enfrentou o Fluminense na primeira fase da Libertadores - empatou de 0 a 0 em Quito e perdeu dos brasileiros no Maracanã por 1 a 0 - e se mostrou um adversário com qualidades. Na semifinal desta terça-feira, o placar acabou até injusto para os equatorianos, que dominaram a
maior parte do segundo tempo, quando o América teve um jogador expulso - Carlos Sanchez - com 15 minutos.
Primeiro tempo ruim
O primeiro tempo foi decepcionante tecnicamente para duas equipes que buscavam uma vaga para as finais da Libertadores. Os dois times estavam muito tensos em campo e faltaram técnica e criatividade. O América, que necessitava da vitória, entrou num esquema 4-4-2 e marcando em cima. A primeira jogada - que acabou sendo a melhor - surgiu aos cinco minutos, quando López, escalado no ataque ao lado de Cabañas, bateu com perigo na entrada da área, para boa defesa de Cevallos a escanteio.
A LDU, apoiada por sua torcida, desfalcada do meia Bolaños, suspenso pela expulsão da primeira partida - junto com o zagueiro Sebá, do América -, e com a vantagem do empate por 0 a 0, procurou dar o troco. Manso e Guerrón bem que tentaram, mas isolaram as boas jogadas de ataque.
Pelo lado dos mexicanos, o destaque da equipe, o atacante Cabañas, algoz de Flamengo e Santos, pouco produzia. Apesar da companhia de López - Esqueda pouco encostava nos dois atacantes -, sequer levou perigo ao gol do time da casa. Também, o meio-campo pouco criava. Villas se preocupava mais em discutir com os adversários, e Silva se movimentava sem objetividade.
Se Cabañas pouco aparecia, o ala-direito Guerrón, astro do time equatoriano, mesmo bem marcado no primeiro tempo, centrou na medida para Bieler cabecear mal, para fora. Mas isso só aconteceu aos 35 minutos, num primeiro tempo marcado mais pelas jogadas ríspidas e a catimba - principalmente do América - do que por boas jogadas. A única vez que a LDU obrigou Ochoa a trabalhar foi aos 28 minutos, num centro para a área bem cortado pelo goleiro. Mesmo assim, os equatorianos terminaram o primeiro tempo satisfeitos com a classificação parcial.
Partida cresce em emoção
Bastaram cinco minutos do segundo tempo para a LDU desfazer a imagem ruim que causou na primeira etapa. Após belo toque de calcanhar de Manso, Sallas bateu com estilo na trave. No rebote, Guerrón atirou para fora a melhor jogada dos equatorianos. Dois minutos depois, Sallas, novamente, quase abriu o placar, batendo desequilibrado, de perna esquerda, rente à trave esquerda.
O bom início acordou a torcida da LDU. O América, que precisava se abrir para buscar a vitória, buscava a salvação em Cabañas, que aos 10 dominou bola centrada de escanteio e bateu com estilo. A bola resvalou na zaga e quase enganou o goleiro Cevallos, que defendeu. A jogada acabou sendo o combustível necessário para o camisa 9 e toda a equipe mexicana, que começou a pressionar.
O jogo esquentou. Mas o domínio do América durou pouco tempo. Num contra-ataque aos 14 minutos, Sallas fez jogada individual que gerou a expulsão de Carlos Sanchez. O zagueiro já tinha cartão amarelo e, com a falta cometida no atacante que partia para o gol, levou o vermelho. O drama mexicano quase piorou na cobrança de falta de Manso, rente à trave direita de Ochoa aos 15.
Com 10 em campo, poder de criação 0 no meio-campo e precisando vencer, o América se encolhia. E na LDU, Sallas se destacava na partida. Aos 17, fez lindo lançamento para Guerrón, que bateu para defesa sensacional de Ochoa, com o pé direito.
O técnico Juan Antonio Luna, do América, resolveu mexer. Botou Argüelo no lugar de Lopez e Higuain no de Esqueda, que estava apático. A LDU teve mais uma chance de fazer o gol, e Bieler só não conferiu porque o árbitro marcou, erradamente, impedimento. Logo depois, Sallas, que era o melhor da equipe, saiu contundido, para a entrada de Vaca - Delgado também entrou, no lugar de Bieler.
A partida caiu um pouco de ritmo, mas o domínio da LDU continuou. Só que o time equatoriano abriu demais a guarda e chegou a facilitar para Cabañas, que cavou falta no fim. Mas não era dia do carrasco. Ainda mais quando Argüelo foi expulso, aos 45. Com nove em campo, não dava mais para o América.
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