O técnico Mano Menezes chegou a comentar durante a semana que não queria uma classificação sofrida, mas não teve jeito. Com o Corinthians é sempre assim. Na noite desta quarta-feira, diante de mais de 60 mil torcedores, a equipe paulista venceu o Botafogo nos pênaltis por 5 a 4 e assegurou vaga na final da Copa do Brasil somente na última cobrança, em defesa de Felipe no chute de Zé Carlos.
No tempo normal, a história também foi baseada no sofrimento. Sem Mano Menezes, expulso, no banco de reservas, o Timão abriu o placar aos 6 minutos do segundo tempo com Acosta. O Botafogo revidou aos 9, com gol de Renato Silva. Chicão, de falta, assegurou a vitória por 2 a 1 no tempo normal e levou a decisão para os pênaltis, já que no Rio de Janeiro os cariocas tinham vencido por 2 a 1.
O adversário do Timão na decisão da Copa do Brasil será o Sport, que também nos pênaltis despachou o Vasco. Os jogos acontecerão nos dias 4 e 11 de junho, mas os mandos de campo ainda não estão definidos. A grande final marcará o encontro do Corinthians com o técnico da queda à segunda divisão: Nelsinho Baptista.
A vaga na decisão, aliás, foi comemorada além do normal porque nem o mais otimista dos corintianos esperava estar nessa situação justamente no ano do calvário. Porém, tudo deu certo. Até mesmo quando deram o Timão como morto após a derrota por 3 a 1 para o Goiás – na volta, goleada por 4 a 0 e a ascensão.
O que parece ser um calvário é a situação do Botafogo em momentos decisivos. Desde o ano passado, o clube de General Severiano tem sucumbido quando está próximo de um título ou de uma final. Foi assim ao cair também na semifinal da Copa do Brasil do ano passado para o Figueirense. E nos dois últimos campeonatos cariocas com derrotas para o arqui-rival Flamengo.
Com mais esse tropeço em momento decisivo, o futuro do técnico Cuca não deve ser no Botafogo. Antes mesmo da partida desta noite já se especulava que em caso de eliminação ele seria o novo técnico do Santos – Emerson Leão pediu demissão.
Muito suspense pra nada
Após o mistério durante a semana, Cuca surpreendeu com uma escalação com três atacantes. Já Mano foi previsível levando a campo o esquema com três zagueiros. O jogo no primeiro tempo, porém, foi bem abaixo das expectativas criadas antes do apito inicial. Os goleiros Castillo e Felipe nem sequer fizeram uma defesa.
Mesmo assim o Corinthians, que precisava da vitória, teve três ótimas chances. Mas em nenhuma delas acertou o gol. A primeira, aos cinco minutos, foi com Diogo Rincón de cabeça. Ele aproveitou cruzamento de Wellington Saci. Aos 12, Saci novamente fez boa jogada e Fábio Ferreira cruzou. Herrera mandou rente à trave.
A última boa chance do jogo foi aos 19 minutos, e mais uma vez com o atacante Herrera, que mandou de cabeça para fora. Melhor para o Botafogo, que fez um primeiro tempo forte na marcação e tentando explorar os contra-ataques. Mas nada que assustasse demais Felipe.
Depois disso, só correria, faltas e confusão. Nervosos, os corintianos discutiram com botafoguenses e com o árbitro Evandro Rogério Roman, com quem Mano Menezes foi reclamar no intervalo de uma falta não marcada em Dentinho que segundo ele aconteceu. Herrera até levou amarelo na saída para o tempo de descanso.
Reclamação gera expulsão
Na volta para o intervalo, o técnico Mano Menezes foi surpreendido com sua expulsão. Segundo o quarto árbitro, Cleber Wellington Abade, o treinador havia invadido o campo antes do término da etapa inicial. Inconformado, o comandante alvinegro deixou o gramado bastante contrariado com a decisão de Roman.
- Fomos prejudicados lá (no Rio de Janeiro) e estamos sendo de novo. Tem de cuidar da arbitragem e não do treinador. Qualquer árbitro tira treinador do jogo. E, agora, ele está tirando a vaga do Corinthians na final – esbravejou Mano, que deixou o comando do time com o preparador físico Flávio Trevisan.
Emoção de sobra
Antes de ser expulso, Mano Menezes colocou Acosta no lugar de Fábio Ferreira e disse querer um gol do uruguaio quando questionado sobre a entrada dele. E o seu pedido foi atendido aos 6 minutos. Muito pela raça e vontade de Herrera, que fez ótima jogada pela direita e rolou para o camisa 25 completar.
Mas a alegria dos corintianos durou pouco, muito pouco. Aos 9 minutos, após cobrança de escanteio da direita, o zagueiro André Luis cabeceou, Felipe vacilou, não conseguiu segurar e a bola sobrou açucarada para Renato Silva mandar às redes.
O gol do Botafogo esfriou a torcida do Corinthians, mas em campo o time de General Severiano não conseguiu acalmar a pressão adversária. Tanto que cometeu falta próximo da grande área, aos 19, e viu o zagueiro Chicão bater bem e colocar novamente os paulistas em vantagem.
Como o placar de 2 a 1 levava a decisão para os pênaltis, o Botafogo foi obrigado a ousar um pouco mais e partir para o ataque. E levou perigo, principalmente com as bolas alçadas na área. Felipe saiu de soco em todas e salvou.
E a vaga na final da Copa do Brasil foi mesmo disputada nas penalidades máximas, com vitória do Corinthians por 5 a 4. Chicão, Herrera, Nilton, Alessandro e Acosta fizeram para o Timão. Lucio Flavio, Alexsandro, Andre Luis e Jorge Henrique converteram para o Fogão, mas Zé Carlos errou a última cobrança.
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