Dois ex-são-paulinos e três pênaltis acabaram com um tabu de quase 11 anos. O Palmeiras, que não vencia o São Paulo em Campeonatos Paulistas desde março de 1997, ganhou. E goleou. Com gols e boas atuações dos atacantes Denílson e Kléber, ambos formados no Morumbi, o Verdão fez 4 a 1 – de virada e com três penalidades – e acabou com um um longo jejum. Com o resultado, o Palmeiras subiu para a vice-liderança e deixou o rival fora da zona de classificação.
A disputa do clássico começou antes mesmo de o juiz apitar. Ainda nos vestiários, os dois técnicos travaram uma verdadeira guerra fria. Por ser o mandante, o Palmeiras deveria divulgar a sua escalação com 45 minutos de antecedência. O técnico palmeirense, Vanderlei Luxemburgo, divulgou, mas só sete titulares. Luxa queria mistério. O são-paulino Muricy Ramalho, que não é muito disso, entrou na onda do rival e também escondeu parte da sua equipe.
Quando os times foram para campo, novidade mesmo só no Tricolor. Muricy, que nem levou o volante Fábio Santos para o jogo, ainda tirou Joílson para a entrada de Júnior. Com isso, Zé Luís foi recuado para a lateral-direita e Richarlyson avançado da zaga para o meio-campo. Tudo para dar mais liberdade para Carlos Alberto.
O jogo foi bastante prejudicado pelo estado do gramado. Choveu muito em Ribeirão Preto no final de semana, principalmente minutos antes do início do clássico. Um dia antes também, o Botafogo, o dono do estádio, disputou uma partida (ganhou do Rio Branco por 1 a 0) pela Série A-2 do Paulistão, destruindo ainda mais o gramado em que Palmeiras e São Paulo iriam jogar.
O clássico ainda teve polêmica. Logo aos 10 minutos, Borges foi lançado por Adriano na área. A sua posição era legal (por 38 centímetros), mas o árbitro Flávio Rodrigues Guerra assinalou o impedimento. Na seqüência, Marcos rebateu e Richarlyson completou para o gol, mas o jogo estava parado. Mais tarde, polêmica para o outro lado. Leandro cruzou na área e Zé Luís desviou para escanteio. A bola resvalou no seu braço, mas o juiz nada marcou.
Mas teve bola na rede também. Aos 38 minutos, Jorge Wagner cobrou escanteio e Adriano, mesmo cercado por Diego Souza e Henrique, cabeceou firme para abrir o placar. O São Paulo pressionava, mas foi o Palmeiras quem marcou. Kléber, formado no Morumbi, tirou do zagueiro com estilo e, de fora da área, tocou no canto de Rogério Ceni, que tinha a visão encoberta.
Um segundo tempo alviverde
e o primeiro tempo foi igual, o segundo foi só palmeirense. Dois pênaltis definiram o clássico. Primeiro foi Júnior que derrubou Valdivia na área. O são-paulino deu um carrinho e o chileno, esperto, deixou a perna para esperar o toque e cair. Denílson, outro ex-jogador do São Paulo e que tinha acabado de entrar, pegou a bola e cobrou com tranqüilidade, aos 31 minutos. Quem tinha dúvida se ele iria comemorar contra o ex-time viu uma vibração muito grande do atacante.
O Tricolor não teve nem tempo para reagir. Cinco minutos depois, outro pênalti. Dessa vez de Juninho em Kléber. O zagueiro foi expulso e Valdívia marcou o terceiro gol. Na comemoração, o tradicional choro – como tinha feito no clássico com o Corinthians. Os dois gols seguidos derrubaram o São Paulo. Com apenas mais dez minutos de bola rolando pela frente, os tricolores ficaram sem forças para buscar a igualdade. E teve tempo para mais um gol palmeirense. Como? De pênalti, de novo. Richarlyson derrubou Diego Souza na área. Ele bateu e transformou a quebra de tabu em goleada.
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