Se depender das intenções do brasileiro naturalizado boliviano Alex da Rosa, é bom o Santos começar a se preocupar com o jogo desta quarta-feira, pela terceira rodada do Grupo 6 da Libertadores. Principal ídolo da torcida do San José, o meia de 31 anos tem planos, no mínimo, ambiciosos para vencer o Peixe nos 3.700m de altitude de Oruro. - Vamos partir para cima para afogar os caras desde o começo. Nosso objetivo é fazer 2 a 0 antes dos 15 minutos para, depois, administrar o resultado. Testamos essa tática no jogo contra o Aurora, pelo Campeonato Boliviano, e deu certo: fizemos 1 a 0 aos 12 minutos; 2 a 0 aos 15; e 3 a 0 aos 32 - conta em entrevista por telefone, de Oruro, ao GLOBOESPORTE.COM, o jogador, autor de dois gols na partida que terminou com vitória de 6 a 2 do San José.
Há sete anos no futebol boliviano, Alex da Rosa acredita que, com dez pontos, o San José se classifica para as oitavas-de-final. Caso vença os três jogos que vai fazer em Oruro, o time chega a dez, já que arrancou um pontinho valioso ao empatar com o Cúcuta, na Colômbia - na primeira rodada, perdeu por 2 a 0 para o Chivas, no México. Alex aposta no momento irregular do Peixe para cumprir a primeira das três missões que terá pela frente no estádio Jesús Bermudez.
- O Santos está mal, né? A última vez que olhei a tabela do Campeonato Paulista, eles eram os 12º colocados (hoje o Peixe é o nono). Temos que explorar a altitude daqui e este momento ruim deles para vencer o jogo. Mas time brasileiro é fogo. Não podemos dar chance, se não eles vão lá e aproveitam - alerta.
Perguntado sobre qual jogador do Santos merecia um cuidado especial por parte do San José, Alex demorou a chegar a um nome, até citar "um loirinho que joga no meio-campo", referindo-se ao volante Rodrigo Souto. No entanto, se a confiança é total para vencer o Peixe em Oruro, o meia admite que, fora da Bolívia, a história é bem diferente:
- No Brasil, por exemplo, não tem como a gente ganhar. Os caras aqui já viajam com medo de levar uma goleada. Por isso, apostamos nas vitórias em casa para chegar às oitavas - revela o jogador.
Muita estrada e polêmica em frente às câmeras
Alex da Rosa iniciou a carreira nas categorias de base do Caxias-RS, onde se
profissionalizou. De lá, partiu para uma extensa cruzada pelos gramados Brasil e mundo afora. Por aqui, defendeu as cores de clubes como Brasil de Pelotas-RS, Uberlândia-MG, São Bento-SP e Serrano-RJ. Também passou por Suíça, Alemanha e Colômbia, antes de desembarcar na Bolívia, em 2001. Rodou por várias equipes do país, se naturalizou boliviano em março de 2004 e foi convocado algumas vezes para a seleção nacional. Em fevereiro do ano passado, entretanto, Alex foi protagonista de um episódio polêmico, que lhe custou o emprego no Blooming. Ele apareceu completamente nu em frente a uma equipe de televisão que entrevistava jogadores no vestiário do time. A chance da redenção surgiu no San José. E Alex não desperdiçou. Conduziu o time ao título boliviano da temporada, que deu ao clube o direito de disputar a Libertadores, a quarta da carreira dele. Ele ainda conta que, não fosse isso, hoje poderia estar defendendo o Coritiba, clube com o qual chegou a negociar
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