Diego Armando Maradona Junior, filho italiano não reconhecido pelo ídolo argentino, lançou na Itália uma biografia, na qual conta em primeira pessoa os detalhes de seu único encontro com o pai. Maradona Junior, de 22 anos, esteve frente a frente com o pai em maio de 2003, numa estação de golfe em Fiuggi.
Em "Meu velho, o 10", que foi lançado apenas na Itália, Maradona Junior (que é jogador de futebol de campo e de areia) conta que ficou sabendo da presença do pai em Fiuggi, na Itália. Acompanhado por um tio, irmão de sua mãe (Cristiana Sinagra), resolveu tentar a sorte e ir ao encontro do pai.
Quando Maradona jogava golfe com amigos, Junior, então com 17 anos, aproximou-se com o tio e por pouco não foi agredido. No entanto, conseguiu se identificar e acabou recebido pelo pai.
"No começo ele não me reconheceu. Seus amigos rodavam os tacos de golfe, queriam nos acertar. Eu me dizia: não é possível que ele não me reconheça. Um dos amigos começou a caminhar na nossa direção e tive medo. Meu tio Fabio então gritou: 'Diego, esta pode ser a única chance de ver seu filho'. Foi então que ele mandou que me aproximasse, sozinho", diz um trecho do livro.
Maradona Junior conta ainda que ficou muito feliz pelo encontro, mas também narrou o estado ruim do pai, à época com 110 kg e com dificuldades para ordenar as idéias.
"Foi belo, como sempre havia sonhado, eu tinha alcançado algo que havia desejado muito. Ao começo foi um encontro cordial, ele me abraçou, mas pude ver que por trás de seu sorriso havia alguém que sofria. Falamos por cerca de 45 minutos, mais ou menos. Aquela época era uma das piores da vida do meu pai. Estava gordíssimo, inchado, talvez sob o uso de medicamentos para tratar de deixar as drogas. O que me impressionou foi que ele não conseguia fazer uma ligação lógica entre os assuntos. Era como conversar com uma criança de seis, sete anos. Começava a falar de um assunto, mudava para outro e depois voltava a falar do assunto inicial", diz no livro.
Maradona Junior revela ainda que seu pai lhe pediu que fizesse uma tatuagem de Che Guevara (o que atendeu) e que um dos empresários de Maradona lhe deu um número de celular para futuras conversas. No entanto, Diego sempre troca de número e, desde aquele dia, os dois nunca mais se encontraram.
Durante todo o tempo, Maradona Junior fala do pai com muito respeito e admiração, apesar de só tê-lo visto de perto uma vez.
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