
O Cubo d’Água foi o primeiro a conhecer os superpoderes dos heróis olímpicos. Não houve nada, nem ninguém, que impediu o rei da água, Michael Phelps, de cumprir a sua missão. E o nadador americano conquistou o oriente – e o resto do mundo – com a perfeição de suas braçadas de 2m01 de envergadura, que o levaram a deixar a cidade olímpica com o número máximo de vitórias que poderia alcançar.
Porém, a vitória não foi fácil. Em sua última batalha individual, o herói da terra do norte precisou superar um adversário que não esperava. Os dois lutaram até o último segundo, mas, no fim, Phelps saiu absoluto ao vencer os 100m borboleta por apenas um centésimo e derrotar o rival da Sérvia, Mirolad Cavic. Sorte ou ajuda divinha?
A meta foi batida: oito ouros foram oferecidos ao rei da água pelo deus do fogo (100m e 200m borboleta, 200m e 400m medley e revezamentos 4x100m medley e 4x200m livre). Mas ele queria mais e, além de deixar Pequim como o maior atleta olímpico de todos os tempos, superando o guerreiro da antiguidade Mark Spitz, Phelps também garantiu sete recordes mundiais, se consagrando como “a lenda das piscinas chinesas”.
Então, o rei da água deu passagem para a soberana do ar assumir o comando da festa. Novamente, a batalha não foi fácil – apesar de ela fazer parecer que era. Yelena Isinbayeva sofreu com a inveja alheia e precisou impor seu cedro ao nível máximo para esclarecer “que precisa ser respeitada por suas adversárias”, em especial por uma forasteira americana, conhecida pelo nome de Jennifer Stuczynski.
Após tudo esclarecido, Isinbayeva saltou com sua vara para estabelecer o novo recorde mundial pela 24ª vez, sendo 12 deles consecutivos. Ao alcançar 5m05, a soberana do ar superou sua própria altura em 3m31 e entrou para a história do esporte olímpico. Condecorada com o presente do deus do fogo pela segunda vez (foi campeã olímpica nos Jogos de Atenas), a russa mostrou que também é humana e foi às lágrimas no pódio.

Mas foi depois que a musa das terras geladas encerrou sua trajetória olímpica que o mundo conheceu um novo deus, antes só apresentado, rapidamente, em uma batalha em Nova York, quando quebrou o recorde mundial pela primeira vez. Do outro lado do planeta, em Pequim, os súditos se curvaram à magnitude do comandante da terra. Com um ar irônico de quem sabe que é o melhor, Usain Bolt aproveitou sua experiência com o calor jamaicano para derrotar seus adversários e ainda sair sorrindo e dançando para as câmeras.

É certo que teve guerreiro reclamando e até mesmo alguns soberanos tentando impedir o jeito alegre do herói do reggae. Mas o deus do fogo interferiu a favor do velocista e ainda ofertou a ele três ouros olímpicos: nos 100m, nos 200m e no revezamento 4x100m, com direito a título de único atleta que conquistou três recordes mundiais em apenas uma edição olímpica. Então, todos reconheceram a força das longas pernas de Bolt e até mesmo cantaram “Parabéns para você” em sua apresentação na cidade olímpica no dia de seu aniversário.
Assim, Hefesto, satisfeito, foi descansar, e os heróis olímpicos encerraram suas missões em Pequim. Porém, a nova chamada já tem data e local para acontecer. Em 2012, Londres, capital da Inglaterra, sediará a reunião dos maiores ídolos do esporte mundial, e as batalhas serão reeditadas com promessa de muitas conquistas e surgimento de novos deuses que entrarão para a história.
Nenhum comentário:
Postar um comentário